SNECMA C-450 “Coléoptère” (1959)
O emprego de motores a jato estava em sua infância quando os
projetistas começaram a considerar a união dos novos e excitantes
motores com células igualmente não convencionais.
Em 1952 a SNECMA e começou a desenvolver o projeto original de uma aeronave de combate compacta de alto desempenho.
Após testes com o Atar Volant, que provou a capacidade de um
motor turbojato verticalmente para levantar uma aeronave de forma VTOL
com segurança a partir do solo, de acelerar para o voo vertical e voar
como um avião convencional, e pousar de forma vertical, a SNECMA
construiu um avião de pesquisa em torno deste tipo de motor. O motor
utilizado foi um Atar 101 E.5V equipado com um bocal capaz de deflexão e
gerando 3.700 kg de empuxo.
Conhecido como o C.450-01 Coléoptère, este protótipo era
basicamente semelhante ao P.3 C.400 Atar Volant, com inclinação do
assento dentro de um cockpit fechado, mas foi equipado com uma asa
circular para permitir a transição para o voo horizontal. A fuselagem
foi construída pela empresa Nord.
Atar Volant
O controle direcional na decolagem e no pouso se dava por ar de alta
energia sangrado do motor. Já o controle direcional durante o voo
horizontal era por quatro aletas giratórias, igualmente espaçados em
torno da extremidade traseira da asa circular, enquanto transições de
vertical para horizontal foram atenuadas pela utilização de duas
retrateis e pequenas aletas, montadas nos lados do nariz da fuselagem.
O C.450-01 fez seu primeiro voo livre vertical em 6 de maio de 1959,
em Melun-Villaroche. Em 25 de julho, durante a transição de vertical
para o voo horizontal ele sofreu um acidente com perda total. A uma
altitude de 75m o coléoptère caiu e ficou destruído. O piloto, Auguste
Morel, conseguiu ejetar e saiu ileso.
A SNECMA afirmou, mais tarde, que dados coletados indicavam que a
inclinação tinha sido realizada com sucesso, e que nem o sistema de
estabilização de controle de jato, nem a fórmula aerodinâmico da asa
circular foram as causas do acidente.
Asas: Circular de construção em liga leve, compreendendo duas superfíciels e estrutura interna.
Fuselagem: Estrutura de liga leve convencional.
Unidade da cauda: aletas cruciformes e lemes de construção em liga
leve, montados para fornecer controle direcional em todos os eixos.
Trem de Pouso: quatro pernas oleo-pneumáticos montados no bordo de fuga da asa com pneus de borracha.
Propulsão: Um turbojato SNECMA Atar 101E.V (3.700 kg de empuxo) montado atrás do cockpit e dentro da fuselagem.
Tanques de combustível: integrais com capacidade total de 700kg de combustível.
Bell D-188A (1960)
Iniciativa o Bell D-188A (designação militar não oficial XF-109/XF3L)
foi o desenvolvimento de aeronaves sobre o conceito de decolagem e
pouso vertical. Projetado com oito motores a jato, dos quais metade era
para ser colocado nas naceles rotativas. Infelizmente o avião não foi
além de mockup.
Em 1955 a Bell Aircraft projetou para a Força Aérea e a Marinha dos
EUA um caça supersônico para qualquer tempo capaz de decolagem vertical
curta e aterragem vertical (VTOL/STOL). O projeto era muito ambicioso e
foi projetado para executar uma variedade de funções de dois operadores
(USAF/USN) diferentes. O modelo foi oferecido em duas versões: D-188
para a Marinha e D-188A para a Força Aérea.
Os engenheiros da Bell estavam tão confiantes nas perspectivas de seu
projeto que a versão para a Marinha e para a Força Aérea receberam as
designações XF3L-1 e XF-109, o que demonstra o grau de confiança no
projeto.
Em 1959, a Marinha dos EUA havia perdido o interesse no projeto da
Bell e trabalho continuou apenas no D-188A. Em 5 de dezembro de 1960 a
Bell oficialmente apresentou o modelo (um mockup) designado como XF-109.
Oficialmente a designação XF-109 pertenceu ao míssil da Boeing CIM-10
Bomarc.
A empresa esperava construir um protótipo, mas em 1961 o
financiamento foi interrompido. O secretário de Defesa dos EUA,
McNamara, mudou as prioridades do programa de caça tático (Tactical
Fighter Experimental – TFX), que levou à criação do F-111.
Quando o projeto foi cancelado mais de US$ 17 milhões (cerca de US$
134 milhões em valores atuais) e 500 mil horas de engenharia e pessoal
técnico haviam sido gastos.
O Projeto VTOL D-188A não recebeu maior desenvolvimento, mas os
resultados da pesquisa realizada pela empresa foram utilizados para
desenvolver projetos de combate VTOL nos EUA e na Alemanha (VTOL
VJ-101C).
O avião que estava sendo desenvolvido pela Bell, era pouco
convencional e deveria ter tido uma fuselagem longa e fina, feita de
acordo com a ‘regra de área’. A Bell optou para motor de elevação oito
pequenos e leves General Electric J85-GE-5, sendo dois montados em cada
casulo basculante na ponta de cada asa e quatro na apertada fuselagem.
Dois, da fuselagem, eram para elevação e dois para a propulsão. Os
motores principais estavam dotados de pós-queimadores e todo o conjunto
desenvolveria um empuxo de 10.970 kg.
Naceles dos motores das pontas das asas rotacionavam 100° da
horizontal para a vertical, de modo que os motores instalados neles
criavam empuxo horizontal e vertical e forneciam a frenagem. No modo de
decolagem vertical, quando a gôndola estava na posição vertical,
carenagens de apoio a ingestão de ar se deslocavam 25cm para a frente,
aumentado a área da entrada de ar.
Já os motores instalados na fuselagem usavam pequenas tomadas de ar que por meio de uma válvula, direcionava o fluxo de ar.
O avião teria uma taxa de subida de 30 m/s. Sua velocidade de
cruzeiro seria de Mach 0,9 a uma altitude de cerca de 10.700 m e teria
um alcance de 1.100 km. Em grande altitude, o avião iria de Mach 1 até
Mach 2 em menos de dois minutos.
Os controles dos modos de voo e transição do vertical para horizontal
seria fornecido por um sistema de controle de jato de ar comprimido a
partir do compressor (sangria de ar).
A Bell estudou cuidadosamente os efeitos dos gases dos motores quando
estes atingiam o solo. Foram realizado mais de 1.700 horas em banco de
ensaio, o que mostrou que as placas de concreto convencionais podiamm
suportar temperaturas de 1.650°C.
O armamento deveria consistir de pequenas armas, foguetes e bombas.
Quatro canhões de 20 mm ficariam na fuselagem. Mísseis e bombas seriam a
carga externa.
Dimensões – Comprimento: 18,90m; Envergadura: 7,24m; Altura: 3,89m; Área das asas: 18,02 m².
Pesos – Vazio: 6.260kg; carga total: 10.849 kg
Velocidade máxima – Mach 2,3; Alcance: 3.900km; Raio de combate: 2.170km; Teto de serviço: 18.000m
Armamento – Quatro canhões de 20 mm, foguetes e bombas.
Bell ATV (1954)
Quando a Bell perdeu o contrato para desenvolver um caça de decolagem
e pouso vertical (tail-sitter da Convair e da Lockheed) os engenheiros
estavam convencidos de que sua abordagem era a correta.
Depois de não obter financiamento para o projeto que tinham proposto o
engenheiro Chefe da Bell Aircraft, Stan Smith, obteve US$ 100.000
dólares da própria companhia em abril 1953 para continuar o
desenvolvimento.
Projetado sob a designação Modelo 35, parecia-se com um planador com
asa para-sol e fuselagem com empenagem em T (o avião era uma colcha de
retalhos, montado com peças de outras aeronaves). Ao invés de um trem de
pouso convencional a aeronave era dotado de esquis.
A motorização ficou
por conta de dois motores pivotantes montados ao lado da fuselagem. A
Bell adquiriu da USAF, 6 motores Fairchild (com vida útil de 5 horas
cada) fornecidos pelo valor simbólico de US$ 1 cada um.
Os primeiros voos do N1105V foram em junho de 1954 sofrendo este de
insuficiência do compressor no motor direito, a qual rompeu a linha de
combustível da cauda, forçando a um pouso de emergência. Reparado, o
avião voou com sucesso em 16 de novembro de 1954 e as transições
parciais para voo horizontal realizadas com os motores ficando
totalmente na posição vertical.
O projeto deu pouca monta de valor e
logo foi abandonado. O ATV não era uma aeronave de testes bem-sucedida,
mas forneceu uma visão considerável para os desafios de produzir
projetos de VTOL a jato.
Envergadura: 7,93 m
Comprimento: 6,31 m
Altura: 2,35 m
Peso: 908 kg
Propulsão: Dois turbojatos Fairchild J44 gerando cada um 499 kg de empuxo
Fonte: Cavok Brasil
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