sábado, 17 de janeiro de 2015

Cientistas descobrem novas espécies de lagarto em mercado negro filipino




 
 
Pesquisadores da Universidade do Kansas se infiltraram em comércio ilegal. Análises genéticas revelaram duas espécies desconhecidas para a ciência.
 
 
 
O pesquisador Rafe Brown, da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, resolveu se infiltrar em mercados de animais, bancas de carnes de caça e todo tipo de comércio envolvendo animais em Manila, capital das Filipinas.


Seu objetivo era entender que tipo de espécies eram vendidas ilegalmente nesses locais. Como curador da divisão de herpetologia do Instituto de Biodiversidade de sua instituição, ele vinha se dedicando a catalogar a biodiversidade do país asiático e se preocupava com os relatos sobre o comércio ilegal de espécies.


Em sua jornada pelo submundo do mercado negro filipino, Brown e sua equipe tiveram uma surpresa: descobriram duas espécies de lagarto nunca antes descritas pela ciência.


"As operações envolvem tudo desde tartarugas marinhas e marfim até partes de tigre e chifres de rinocerontes", conta Brown, acrescentando que participam do comércio ilegal indivíduos particulares, donos de lojas de animais, políticos, funcionários de zoológico e membros do governo.



Vendas ilegais


"Muitos são vendidos como comida, outros são mortos e vendidos em pedaços com propósitos 'medicinais' e afrodisíacos, e muitos são símbolos de status para a elite abastada: como tigres, macacos e dragões-de-komodo", conta.


"Costumávamos andar pelos mercados de animais e ruas paralelas conversando com os vendedores até eventualmente perguntar se eles tinham 'algo a mais' embaixo do pano." Em algumas situações, os vendedores mostravam espécies cuja venda é proibida. A equipe de pesquisa, então, comprava esses répteis para analisá-los geneticamente.


A ideia era ajudar os conservacionistas filipinos a entender a proveniência desses animais. Foi a análise genética que permitiu identificar duas novas espécies de lagarto pertencentes a uma família conhecida popularmente como varanos.


"Eles são escuros na aparência geral, com pontilhados brilhantes de branco ou amarelo dispostos em fileiras e listras ao redor do corpo, como se usassem colares brilhantes. Um deles chega a 90 cm de comprimento e o outro chega a 1,20 m. Eles são alertas, com grandes olhos, e continuamente sacodem sua lingua comprida, que usam para sentir cheiros, e eles são geralmente muito alertas e parecem bem inteligentes", descreve Brown.



A descoberta das novas espécies - nomeadas Varanus dalubhasa e Varanus bangonorum - foi publicada na revista científica "Zootaxa". Já uma análise sobre o comércio ilegal de animais em Manila foi publicada na revista "Biological Conservation". Os cientistas também fizeram um documentário sobre suas descobertas.



Brown lembra que, se há dois anos as vendas ilegais eram feitas nas ruas de Manila, hoje elas migraram para a internet. "Hoje, o Facebook é o principal meio pelo qual indivíduos inescrupulosos negociam a venda de animais selvagens capturados ilegalmente."




Fonte: G1

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