O nível de nitrogênio dos esqueletos é similar ao de alguém com anorexia. Eles chegaram a comer a carne de animais ainda vivos.
Na prancheta de Napoleão, o plano era relativamente simples: entrar
na Rússia pela fronteira com a Polônia — país que ele acabara de ocupar
—, marchar até Moscou, tomar a capital e obrigar o czar Alexandre I a
assinar a rendição. A vitória daquela invasão, em 1812, parecia certa.
O imperador francês já havia colocado a Europa quase inteira a seus pés e comandava um exército de 690 mil homens. Na madrugada de 24 de junho daquele ano, a armada napoleônica deu os primeiros passos sobre o território russo. Começava ali, no entanto, a derrocada do grande líder. Pouco mais de cinco meses depois, apenas um em cada sete participantes da campanha voltaria vivo.
Os outros morreram pelo caminho: alguns durante ataques, mas a maioria devido ao frio de quase 40 graus negativos do inverno russo, e à fome. Esta última, aliás, foi a causa de morte comprovada dos únicos soldados da campanha que tiveram seus restos mortais estudados até hoje.
Uma pesquisa recém-divulgada pela Universidade Central da Flórida, nos EUA, analisou ossos de 78 dos três mil indivíduos do exército de Napoleão Bonaparte enterrados em Vilnius, capital da Lituânia, território que pertencia ao império russo. O cemitério improvisado foi descoberto em 2001, e a arqueóloga Tosha Dupras começou a análise há três anos. Para ela, não há dúvidas: os esqueletos avaliados trazem provas de que os soldados morreram de inanição crônica.
— O nível de nitrogênio dos ossos tem a exata alteração que seria provocada por um estado de fome crônica. Em contextos modernos, vemos isso em indivíduos que sofrem de bulimia ou anorexia nervosa. Isso nos leva a crer que vários desses soldados faziam carreira ao lado de Napoleão, tendo participado de muitas de suas campanhas, e não apenas na Rússia.
Sabemos que o imperador não fornecia alimentos ao seu exército, obrigando-o a obter comida pelos próprios meios — diz Tosha, que realizou a pesquisa com duas estudantes da UCF, Sammantha Holder e Serenela Pelier. — Esta é a primeira vez que se conseguiram evidências diretas, e não apenas documentação escrita, sobre o que aconteceu com aqueles soldados.
A identificação dos corpos foi possível graças a moedas com a efigie de Napoleão, pedaços de botões e peças do uniforme do Grande Armée encontrados junto aos esqueletos. Alguns deles tinham apenas 15 anos. E, entre os mortos, havia também mulheres. No grupo de 78 corpos selecionados pela arqueóloga, três eram femininos.
O imperador francês já havia colocado a Europa quase inteira a seus pés e comandava um exército de 690 mil homens. Na madrugada de 24 de junho daquele ano, a armada napoleônica deu os primeiros passos sobre o território russo. Começava ali, no entanto, a derrocada do grande líder. Pouco mais de cinco meses depois, apenas um em cada sete participantes da campanha voltaria vivo.
Os outros morreram pelo caminho: alguns durante ataques, mas a maioria devido ao frio de quase 40 graus negativos do inverno russo, e à fome. Esta última, aliás, foi a causa de morte comprovada dos únicos soldados da campanha que tiveram seus restos mortais estudados até hoje.
Uma pesquisa recém-divulgada pela Universidade Central da Flórida, nos EUA, analisou ossos de 78 dos três mil indivíduos do exército de Napoleão Bonaparte enterrados em Vilnius, capital da Lituânia, território que pertencia ao império russo. O cemitério improvisado foi descoberto em 2001, e a arqueóloga Tosha Dupras começou a análise há três anos. Para ela, não há dúvidas: os esqueletos avaliados trazem provas de que os soldados morreram de inanição crônica.
— O nível de nitrogênio dos ossos tem a exata alteração que seria provocada por um estado de fome crônica. Em contextos modernos, vemos isso em indivíduos que sofrem de bulimia ou anorexia nervosa. Isso nos leva a crer que vários desses soldados faziam carreira ao lado de Napoleão, tendo participado de muitas de suas campanhas, e não apenas na Rússia.
Sabemos que o imperador não fornecia alimentos ao seu exército, obrigando-o a obter comida pelos próprios meios — diz Tosha, que realizou a pesquisa com duas estudantes da UCF, Sammantha Holder e Serenela Pelier. — Esta é a primeira vez que se conseguiram evidências diretas, e não apenas documentação escrita, sobre o que aconteceu com aqueles soldados.
A identificação dos corpos foi possível graças a moedas com a efigie de Napoleão, pedaços de botões e peças do uniforme do Grande Armée encontrados junto aos esqueletos. Alguns deles tinham apenas 15 anos. E, entre os mortos, havia também mulheres. No grupo de 78 corpos selecionados pela arqueóloga, três eram femininos.
Um comentário:
Dizem os historiadores (veja o livro de Laurentino Gomes "1808"), que se Portugal não tivesse transferido a corte para o Brasil e tivesse resistido ao ataque poderia ter grandes chances de vitória devido exatamente à fragilidade dos soldados esfomeados. Acho que esta notícia informa mais um sinal de que isso seria possível.
Abraço!
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