Os organismos conhecidos como "rangeomorfos" viveram 565 milhões anos atrás, mas mantiveram dois modos de reprodução sofisticados Foto: Efe
Criaturas marinhas soltavam pequenas partículas orgânicas que eram arrastadas pela correnteza e permitiam que elas colonizassem novas zonas.
Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, encontraram o
exemplo mais antigo de reprodução em um organismo complexo, revelou um
estudo que a revista "Nature" publicou na segunda-feira 3.
A partir de fósseis descobertos no Canadá, a paleontóloga Emily Mitchell
e seu grupo descobriram que os organismos multicelulares conhecidos
como rangeomorfos, que viveram há 565 milhões de anos, mantinham dois
sofisticados modos de reprodução.
Estas criaturas marinhas, que se pareciam a plantas, podiam soltar de
pequenas partículas orgânicas que eram arrastadas pela correnteza e
permitiam que elas colonizassem novas zonas. Elas também eram capazes de
produzir esporões, brotos laterais parecidos aos de algumas espécies
vegetais, para se estenderem pelo leito marinho.
"Os rangeomorfos não se parecem a nenhum outro organismo do registro
fóssil. São muito misteriosos. Desenvolvemos um método completamente
novo para estudá-los, o que nos permitiu conhecê-los muito melhor,
principalmente o modo que usavam para se reproduzir", afirmou a
pesquisadora.
Os cientistas utilizaram imagens em alta resolução e técnicas de
estatística espacial para examinar os fósseis de Fractofusus, um dos
organismos enquadrados nos rangomorfos.
O singular modo com o qual essas criaturas se reproduziam permitiu que fossem bem-sucedidos biologicamente.
"Os rangeomorfos podiam colonizar novas zonas e se expandir com
facilidade uma vez instalados nelas. A capacidade destes organismos para
mudar entre dois modos reprodutivos demonstra que sua biologia era
enormemente sofisticada, algo relevante em um momento no qual a maioria
dos organismos era muito simples", descreveu a paleontóloga.
Fonte: Terra
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