Tratam-se dos exemplares mais bem preservados já encontrados. Descoberta pode ajudar a entender motivo da extinção, há 10 mil anos.
Cientistas russos detalharam em uma coletiva de imprensa, nesta
terça-feira (17), a descoberta de dois filhotes de leão-das-cavernas com
a carcaça totalmente preservada. Estima-se que a espécie, cujo nome
científico é Panthera spelaea tenha sido extinta há 10 mil anos.
Os fósseis surpreendentemente bem conservados foram
encontrados por acaso, por uma empresa que tem licença para buscar
presas de mamute no Distrito de Abyysky, que fica na República da
Iacútia (também chamada de República Sakha) no norte da Rússia.
Segundo os cientistas, os fósseis foram descobertos
quando as margens do rio Uyandina colapsaram quando o nivel da água
voltou ao normal depois de uma grande cheia no último verão. O evento
fez com que parte do solo permafrost - constituido por gelo e rochas que
ficam permanentemente congelados devido às baixas temperaturas da
região - fosse exposto.
Um representante da empresa que encontrou os
leões-da-caverna, Yakov Androsov, contou durante a coletiva que as
carcaças dos dois filhotes foram descobertas em uma fenda formada no
gelo da margem do rio. "No início, não sabíamos a que família de animais
eles pertenciam. Mandamos as fotos para os cientistas da Academia de
Ciências e eles determinaram que os filhotes eram leões-das-cavernas."
Os fósseis foram colocados imediatamente em um
ambiente refrigerado para evitar sua deterioração e foram enviados para
os cientistas da Academia de Ciências da República de Sakha (Iacútia).
O que mais surpreendeu os cientistas foi o grau de
conservação dos exemplares: a pelagem, as pernas, a cauda, as orelhas e
os olhos foram preservados. Até os bigodes podem ser claramente
observados. Apesar de o período em que eles viveram não ter sido
determinado com precisão, estima-se que eles possam ter mais de 12 mil
anos. A causa de morte mais provável, segundo os pesquisadores, foi um
colapso do solo, que prendeu os filhotes dentro da gruta onde viviam.
Segundo o pesquisador Albert Protopopov, da Academia
de Ciências da República de Sakha (Iacútia), os filhotes, que têm 42 cm
de comprimento, provavelmente tinham de duas a três semanas de idade.
Em homenagem ao rio em cuja margem foram encontrados, os exemplares
foram chamados de Uyan e Dina.
Mais estudos serão feitos
Os filhotes passarão por estudos anatômicos e
morfológicos, além de tomografias e análises microbiológicas. Os
cientistas esperam que essas investigações traga informações importantes
sobre a origem dos leões-das-cavernas e sobre por que a espécie entrou
em extinção. Isso ainda permanece um mistério, já que o bicho tinha
poucos predadores.
Eles pretendem fazer os testes em apenas um dos
exemplares e manter o outro permanentemente congelado e conservado. Os
pesquisadores também planejam uma expedição em 2016 para o local onde os
filhotes foram encontrados para coletar amostras do solo e verificar se
possam haver mais fósseis na região.
Fonte: G1
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