quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Rússia detalha achado inédito de leões-das-cavernas de 12 mil anos















 
 
Tratam-se dos exemplares mais bem preservados já encontrados. Descoberta pode ajudar a entender motivo da extinção, há 10 mil anos.
 
 
Cientistas russos detalharam em uma coletiva de imprensa, nesta terça-feira (17), a descoberta de dois filhotes de leão-das-cavernas com a carcaça totalmente preservada. Estima-se que a espécie, cujo nome científico é Panthera spelaea tenha sido extinta há 10 mil anos.  
 

Os fósseis surpreendentemente bem conservados foram encontrados por acaso, por uma empresa que tem licença para buscar presas de mamute no Distrito de Abyysky, que fica na República da Iacútia (também chamada de República Sakha) no norte da Rússia. 


Segundo os cientistas, os fósseis foram descobertos quando as margens do rio Uyandina colapsaram quando o nivel da água voltou ao normal depois de uma grande cheia no último verão. O evento fez com que parte do solo permafrost - constituido por gelo e rochas que ficam permanentemente congelados devido às baixas temperaturas da região - fosse exposto. 


Um representante da empresa que encontrou os leões-da-caverna, Yakov Androsov, contou durante a coletiva que as carcaças dos dois filhotes foram descobertas em uma fenda formada no gelo da margem do rio. "No início, não sabíamos a que família de animais eles pertenciam. Mandamos as fotos para os cientistas da Academia de Ciências e eles determinaram que os filhotes eram leões-das-cavernas." 


Os fósseis foram colocados imediatamente em um ambiente refrigerado para evitar sua deterioração e foram enviados para os cientistas da Academia de Ciências da República de Sakha (Iacútia). 


O que mais surpreendeu os cientistas foi o grau de conservação dos exemplares: a pelagem, as pernas, a cauda, as orelhas e os olhos foram preservados. Até os bigodes podem ser claramente observados. Apesar de o período em que eles viveram não ter sido determinado com precisão, estima-se que eles possam ter mais de 12 mil anos. A causa de morte mais provável, segundo os pesquisadores, foi um colapso do solo, que prendeu os filhotes dentro da gruta onde viviam. 


Segundo o pesquisador Albert Protopopov, da Academia de Ciências da República de Sakha (Iacútia), os filhotes, que têm 42 cm de comprimento, provavelmente tinham de duas a três semanas de idade. Em homenagem ao rio em cuja margem foram encontrados, os exemplares foram chamados de Uyan e Dina. 



Mais estudos serão feitos


 
Os filhotes passarão por estudos anatômicos e morfológicos, além de tomografias e análises microbiológicas. Os cientistas esperam que essas investigações traga informações importantes sobre a origem dos leões-das-cavernas e sobre por que a espécie entrou em extinção. Isso ainda permanece um mistério, já que o bicho tinha poucos predadores. 


Eles pretendem fazer os testes em apenas um dos exemplares e manter o outro permanentemente congelado e conservado. Os pesquisadores também planejam uma expedição em 2016 para o local onde os filhotes foram encontrados para coletar amostras do solo e verificar se possam haver mais fósseis na região.





Fonte: G1

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...