A noite dos ovnis. Um dos mais emblemáticos casos de ufologia do mundo
Varela diz que caso tem fundamento
FAB liberou documentos secretos com relatos sobre o caso.
Passados 30 anos, o mistério sobre a aparição de ovnis (objetos
voadores não identificados) no Brasil na noite do dia 19 de maio de
1986, especificamente em São José dos Campos, continua um grande
mistério e um dos mais emblemáticos casos de ufologia do mundo.
Era uma noite com céu limpo e boa visibilidade. De acordo com o
relatório confidencial da FAB (Força Aérea Brasileira), liberado em
2009, por volta de 23h15 o radar da torre de controle do aeroporto de
São José dos Campos detectou objetos não-identificados sobre a cidade.
O fenômeno também foi percebido no ar. O coronel Ozires Silva, um dos
fundadores da Embraer e então recém-nomeado presidente da Petrobras,
voava num avião Xingu e avistou as luzes. Em relatos publicados na
imprensa, Ozires disse que “as luzes tinham presenças reais, eram alvos
primários no radar, alvos positivos, uma coisa concreta”.
Por volta de 1h, radares em São Paulo e Brasília detectaram as luzes e
acionaram caças nas bases aéreas de Santa Cruz (RJ) e Anápolis (GO)
para perseguir as luzes de forma esférica, que se deslocavam a
velocidades acima de 1.000 km/h. Relatos de pilotos dos caças dizem que
objetos foram detectados pelo radar mas tinham um nível de agilidade
incompatível com aeronaves terrestres e superavam com facilidade a
velocidade das aeronaves.
Para Ricardo Varela Corrêa, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais) e ufólogo 'de carteirinha', como ele mesmo
frisou, o caso tem forte fundamentação por ter sido relatado por
profissionais treinados para reconhecer e diferenciar aeronaves. "O
operador da torre de controle [do aeroporto de São José dos Campos]
relatou ter visto objetos no radar de solo. Esse é um dos eventos mais
impactantes na ufologia mundial porque há testemunhas abalizadas, com
treinamento para não identificar Vênus como disco voador".
Em 25 de setembro de 2009 foi divulgado o relatório oficial da FAB
sobre o caso, que diz textualmente: "Como conclusão dos fatos constantes
observados, em quase todas as apresentações, este Comando é de parecer
que os fenômenos são sólidos e refletem de certa forma inteligência,
pela capacidade de acompanhar e manter distância dos observadores, como
também voar em formação, não forçosamente tripulados". O documento é
assinado pelo Brigadeiro do Ar José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque.
Para Varela, parte importante dos documentos ainda não foi liberada.
"A gente acha que houve um escalonamento de alguma documentação, de
confidencial para secreto, e aí a liberação só ocorre depois de 50 anos.
Em 1987 nós mandamos uma solicitação ao Comdabra (Comando de Defesa
Aerospacial Brasileiro), questionando o ocorrido. A resposta do ministro
da época foi que não tinha o que falar porque não existia relatório.
Anos depois eles liberam um relatório de 10 páginas. Foram liberadas
três horas de gravação da torre de controle. Então, a gente fica
desconfiado", concluiu.
Cronologia do caso
23h15 - O controlador da torre de controle do
aeroporto de São José dos Campos avistou luzes amarelas, verdes e
laranja se deslocando sobre a cidade. O radar detectou objetos
não-identificados, nas posições correspondentes a essas luzes.
1h - Radar da Base Aérea de Anápolis (GO) registrou
objetos não identificados. Os sinais de radar indicaram a direção e a
velocidade de deslocamento dos objetos.
1h34 - O Comando da Aeronáutica autorizou a
decolagem de um caça da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro. O
avião seguiu para São José dos Campos para investigar. No caminho, o
piloto viu uma luz branca voando abaixo do avião, que estava a
aproximadamente 5 mil metros de altitude. O objeto se posicionou acima
do caça. O piloto perseguiu a luz, que subiu até 10 mil metros e mudou
de cor. O radar do caça registrou o objeto, que estava entre 16 e 18 km
de distância do avião e voava na direção do mar. A perseguição continuou
até que a aeronave atingiu o ponto de não-retorno (em que não teria
mais combustível para voltar), e o piloto desistiu.
1h48 - Um caça decolou da Base Aérea de Anápolis
para perseguir objetos detectados naquela região. O piloto registrou um ovni pelo radar, mas não conseguiu aproximação visual. O caça voava em
velocidade supersônica (acima de 1.100 km/h), mas o objeto tinha um
nível de agilidade incompatível com aeronaves convencionais.
1h50 - Mais um caça decolou em direção a São José
dos Campos. O piloto observou uma luz vermelha, na mesma posição captada
pelos radares em solo. Ele começou a perseguição, sem conseguir se
aproximar, até que a luz se apagou. No momento seguinte, o radar em
terra registrou 13 objetos não-identificados atrás do avião. O piloto
fez uma curva de 180 graus para tentar observá-los, mas eles sumiram.
3h30 - Os militares encerram a operação.
Fonte: Meon
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