Imagem mostra (à esq.) três diferentes locais de impacto onde ossos de
animais teriam sido fraturados por ferramentas humanas. Também é
possível ver (à dir.) os entalhes e cicatrizes ampliados para análise
Crânio de Luzia, um dos fósseis mais antigos já encontrados no Brasil
Os homens já ocupavam a América do Sul há cerca de 14 mil anos,
segundo evidências de uma pesquisa publicada na quarta-feira (28)
pela revista PLOS.
O estudo conduzido por Gustavo
Politis, da Universidade Nacional de Buenos Aires, analisou os Pampas da
Argentina e encontrou ossos de animais quebrados por ferramentas
humanas. O achado indica que os Homo sapiens teriam chegado à América antes do que acreditávamos.
Pesquisas anteriores afirmavam que os mais antigos habitantes do
continente americano eram o povo da cultura Clóvis. Eles seriam de uma
cultura pré-histórica que surgiu 13 mil anos atrás e receberam este nome
por terem sido encontrados na cidade de Clóvis, Novo México, nos
Estados Unidos.
Os novos achados colocam em xeque essa teoria,
pois a ocupação humana do continente seria anterior aos indícios
encontrados em Clóvis.
O local de pesquisa escolhido pelos
cientistas foi Arroyo Seco 2, um sítio arqueológico considerado um dos
mais importantes da Argentina e tem sido estudado desde 1972.
Na região, os pesquisadores encontraram ferramentas antigas, restos ósseos de diversas espécies extintas e ossos de animais contendo fraturas provavelmente causadas por ferramentas de pedra.
Lugar de reunião
Os arqueólogos explicaram que várias partes do corpo de mamíferos
extintos foram encontradas reunidas em um mesmo local, o que indica que
ali deveriam acontecer atividades humanas de depósito e transporte de
carcaças de animais para consumir em acampamentos temporários.
Os ossos concentrados também podem indicar a área onde aconteciam os abates.
Segundo resultados de técnicas de datação feitas por radiocarbono e
análises microscópicas, cientistas calculam que as amostras são de entre
14.063 e 13.068 anos atrás.
Outros indícios já foram encontrados
Não é apenas na Argentina que existem indícios que contradizem a teoria que o povo da cultura Clóvis foi o primeiro da América. Um estudo publicado no fim do ano passado mostra que no Chile foram descobertos indícios de humanos nômades há 18.500 anos.
No Brasil, a descoberta de um crânio de cerca de 12 mil anos em Minas Gerais, Luzia, também questiona a teoria norte-americana sobre a entrada dos primeiros habitantes do continente.
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