Isso pode responder a questões sobre como nossos ancestrais desceram das árvores e caminharam.
Tomografias viraram pelo avesso os restos de Lucy, provavelmente o ser proto-humano mais famoso, e isso pode responder a questões sobre como nossos ancestrais desceram das árvores e caminharam, disseram cientistas nesta sexta-feira, 6.A Universidade do Texas, em Austin, em parceira com o governo da Etiópia, completou a primeira tomografia computadorizada de alta resolução desse espécime ancestral dos humanos, que viveu há cerca de 3,2 milhões de anos.
"Essas tomografias que completamos na Universidade do Texas nos permitem ver a arquitetura interna - como seus ossos são construídos", disse à Reuters o professor de Antropologia John Kappelman, um dos chefes da pesquisa que examinou todas as 80 peças do esqueleto de Lucy.
Os cientistas esperam que o estudo de uma Lucy "virtual" dê pistas sobre a vida dos nossos ancestrais. Esse esqueleto foi achado em 1974 na Etiópia e é o exemplar mais bem-preservado do Australopithecus, uma espécie proto-humana.
"Isso a abre a pessoas que, em vez de terem de viajar a algum museu distante para ver o original, podem realmente resolver no computador", disse Kappelman.
O antropólogo disse que as tomografias poderiam revelar novidades sobre o encaixe dos ossos de Lucy - e portanto se ela e seus iguais subiam em árvores além de andar.
O fóssil de Lucy está visitando os EUA como parte de uma inédita exposição itinerante promovida pelo Museu de Ciências Naturais de Houston. O esqueleto, com um metro de altura, está cerca de 40% completo.
"Isso vai nos ajudar a preencher o que foi um dos primeiros estágios (...) da nossa evolução, para realmente entendermos melhor os comportamentos de um primo extinto.
De certa forma é como (...) conseguir sintonizar a máquina do tempo em 3 milhões de anos atrás, ir e voltar e conseguir reconstruir o que esse fóssil estava fazendo no seu dia-a-dia", disse Kappelman.
"Ela provavelmente é agora, e acho que será por muito tempo, o fóssil mais famoso do planeta Terra", acrescentou.
Fonte: Estadão
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