"O Lago Superior, dizem, nunca liberta seus mortos". Ou pelo menos essa é a letra da canção "The Wreck of the Edmund Fitzgerald", de Gordon Lightfoot.
Mas no lago Huron a história é diferente. Pesquisadores da Universidade do Michigan, Estados Unidos, encontraram provas de uma antiga cultura centrada na caça, por sob as águas do lago.
Estudando uma crista rochosa subaquática por meio de um sonar de ondas laterais e de veículos de controle remoto, John O'Shea, do Museu de Antropologia, e Guy Meadows, do Laboratório de Hidrodinâmica Marítima da universidade, descobriram formações e implementos de pedra que se assemelham aos usados hoje na região ártica canadense para a caça de caribus.
Os implementos submersos datam de 7,5 mil a 10 mil anos atrás, quando o nível do lago era muito mais baixo e a crista servia como uma ponte terrestre entre os territórios dos atuais Michigan e Ontário, dividindo o lago em dois.
Os pesquisadores utilizaram seu conhecimento sobre as atuais práticas de caça ao caribu e dados batimétricos sobre o fundo do lago a fim de localizar pontos promissores para investigação, ao longo da crista, disse Meadows.
Entre eles, localizaram uma fileira de rochas com 300 m de comprimento que servia como um "conduto", usado pelos inuits para forçar os caribus a se movimentarem em determinada direção. "O povo em questão parece fazer tudo da maneira que os inuits fazem", diz Meadows.
Os pesquisadores dizem ter encontrado também indícios de pedras posicionadas de forma a servir como esconderijos para os caçadores, que se posicionavam atrás delas para emboscar os caribus.
As constatações estão descritas em relatório publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
Os implementos em pedra provavelmente são obra de paleoíndios, os primeiros povos a migrar da Ásia para a América do Norte.
Os traços encontrados no Lago Huron são os primeiros indícios da presença de objetos de valor arqueológico nas águas da região.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário