MESTRES DO MIMETISMO E DA CAMUFLAGEM II

Lagartixa cauda de folha no Parque nacional Andasibe Mantadia em Madagascar

À primeira vista, parece apenas mais uma folha de outono - mas olhando mais de perto a imagem, de repente você vê pés minúsculos e a forma da cabeça de um lagarto que começa a aparecer acima do ramo. Essa imagem notável mostra uma lagartixa folha cuidadosamente camuflada no seu ambiente.

Mais difícil de detectar: Aqui está uma pista, a cabeça está para baixo

Ela assumiu - com uma precisão impressionante - a forma e a sombra das folhagens nativas de Madagascar após evoluir para se parecer com o ambiente natural em que vive, e tem até entalhes em sua cauda que se assemelham a uma folha morta.

Acima e abaixo: lagartixas folha australianas

Ao contrário dos camaleões, que mudam de cor para se comunicar e transmitir emoções, algumas lagartixas alteram sua aparência para torná-las difíceis de detectar - em parte como uma forma de defesa, mas também para permitir a captura de presas.

A lenta mudança na cor do corpo ocorre quando células com diferentes pigmentos coloridos se expandem ou diminuem sob a pele transparente do animal.

Lagartixa gigante de Bavay do Pacífico Sul

Lagartixa australiana

Nem todas as 2.000 espécies de lagartixas, encontradas em climas quentes ao redor do mundo, podem mudar de cor.

Mas elas possuem outras qualidades da espécie, tais como a auto-limpeza e almofadas nos dedos dos pés que lhes permitem subir verticalmente ou caminhar de cabeça para baixo. A única superfície que uma lagartixa não pode colar é o Teflon.

Algumas espécies são ainda partenogênicas, ou seja, a fêmea pode se reproduzir sem um macho. Outras regeneram a cauda arrancada.

Outra lagartixa de Madagascar

As lagartixas são únicas entre os lagartos, e não devido a sua pele, mas pela forma como interagem com outros da espécie, produzindo o som que inspirou seu nome em inglês, gecko. A maioria delas é pequena, com a menor medindo apenas 16 milímetros.

Gecko de Delcourt

A maior, o gecko de Delcourt (Kawekaweau em maori), com 60 centímetros, foi extinta em 1870- a sua existência é conhecida apenas devido a um espécime empalhado encontrado no porão do museu de Marselha na França em 1986.

As lagartixas se alimentam de insetos, e em vez de pálpebras, elas têm uma membrana transparente que lambem para manter limpa.

O gecko Northland verde da Nova Zelândia é menos discreto do que outros, mas ele compensa na luminosidade

Isto ajuda a melhorar o seu disfarce, pois dessa maneira elas podem se manter planas contra um ramo evitando lançar qualquer sombra. De fato, elas são tão difíceis de ver, que mais espécies ainda estão sendo descobertas.

Se, no entanto, elas são percebidas, as lagartixas têm uma linha particularmente desagradável de defesa: ejetam fezes e outras substâncias com cheiro desagradável sobre o seu inimigo.

Fonte: Daily Mail

Tradução Carlos de Castro