A sugestão se segue a descoberta da mandíbula de um animal que morreu há 130.000 anos atrás, tornando-se o mais antigo fóssil de urso polar encontrado. O osso levou a novas especulações sobre as origens do maior predador terrestre.
Uma delas é a possibilidade de que os ursos polares devem a sua existência, não só as alterações climáticas do passado, incluindo as eras do gelo, mas também sobreviveram pelo menos a um longo período de aquecimento global.
O osso foi descoberto em Poolepynten na ilha Ártica de Svalbard pelos Professores Olafur Ingolfsson, da Universidade da Islândia, e Oystein Wiig, da Universidade de Oslo.
No trabalho de pesquisa concluíram: "A mandíbula subfóssil de Poolepynten, é de um macho adulto, e é provavelmente o mais antigo urso polar descoberto até agora. Sua verdadeira idade seria de 110.000-130.000 anos. "
O osso já foi submetido a análises que podem ajudar a esclarecer o debate sobre quando apareceram pela primeira vez os ursos polares.
Alguns acadêmicos acreditam que eles evoluíram há 50.000 anos atrás, enquanto outros colocam a data em mais de 1 milhão de anos atrás.
A existência do fóssil de Svalbard indica que os ursos polares já eram uma espécie distinta a cerca de 130.000 anos atrás.
Mas evidências anatômicas e provas de DNA do fóssil indicam uma aproximação entre os ursos polares e os ursos pardos no tempo - o que sugere que as espécies divergiram a não mais do que cerca de 200.000 anos atrás, provavelmente, cerca de 150.000 anos atrás.
Isso reduz drasticamente a "janela" em que os ursos polares poderiam ter surgido, a um período em que o hemisfério norte estava sendo sugado para uma era glacial que durou de 190.000 a 130.000 anos atrás.
Esta mudança de clima teria pressurizado os ursos pardos, especialmente aqueles que ficaram isolados em ilhas, para se adaptar ao frio e gelo.
Um grupo de pesquisadores, liderados por Gerald Shields, da University of Alaska Fairbanks, usou o DNA de 61 ursos pardos tomados de três populações no Alasca e 55 ursos polares do Ártico canadense e da Sibéria.
Os cientistas queriam descobrir, não só quando os ursos polares evoluíram, mas também, de onde.
Encontraram uma população de ursos pardos vivendo nas ilhas do Almirantado no Alasca, Baranof e Chichagof, conhecidas como as ilhas ABC, que ficam perto umas das outras. O DNA dos ursos estava mais próximo dos ursos polares do que qualquer outra população de ursos pardos.
Em um relatório disseram: "Os ursos pardos das ilhas ABC podem ser descendentes dos antigos ursídeos que divergiram de outras linhagens de ursos pardos e, posteriormente, fundaram a linhagem do urso polar."
Com esse enfoque se espera obter o apoio para uma nova pesquisa, esta semana, com base no DNA extraído do maxilar de Poolepynten.
Isso significa que os ursos polares já sobreviveram a um aquecimento global que afetou o hemisfério norte de 130.000 a 115.000 anos atrás, quando o gelo da Groenlândia e da calota de gelo do Ártico eram menores do que agora.
O professor Chris Stringer, do Museu de História Natural, em Londres, um especialista em eras glaciais, disse: "Os ursos polares primitivos não teriam tido todas as especializações dos animais modernos e não sabemos nada sobre o seu comportamento.
Tradução: Carlos de Castro
Fonte: Times Online
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