sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Cientistas descobrem por que a coroa solar é milhões de graus mais quente que a superfície

Cientistas descobriram maior fonte de gás quente que reabastece a coroa lançando jatos de plasma acima da superfície solar. Foto: Nasa




Um dos maiores mistérios do Sol acaba de ser solucionado: o fato de sua coroa ser milhões de graus mais quente que sua superfície.

Cientistas descobriram a maior fonte de gás quente que reabastece a coroa lançando jatos de plasma acima da superfície solar.

A descoberta foi publicada na revista Science e chama atenção para uma questão fundamental na astrofísica: como a energia se move do interior do Sol para criar calor na atmosfera.

- Sempre foi um quebra-cabeças descobrir por que a atmosfera solar é mais quente que a superfície - diz Scott McIntosh, físico solar do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR, na sigla em inglês) - Identificar que esses jatos inserem plasma na atmosfera solar aumenta nosso conhecimento sobre a sutil influência do Sol na atmosfera terrestre.

- Estas observações fornecem uma nova compreensão sobre a produção de energia do Sol e outras estrelas - diz Rich Behnke, da Divisão de Ciências Atmosféricas e Geoespaciais.

A pesquisa estava focada em jatos de plasma conhecidos como espículas, fontes de plasma propagados da superfície solar para a atmosfera.

Por décadas os cientistas acreditaram que as espículas poderiam mandar calor para a coroa, até a década de 80, quando se descobriu as espículas não alcançavam as temperaturas da coroa.

- O aquecimento das espículas a milhões de graus nunca foi diretamente observado, então seu papel no aquecimento da coroa foi dispensado - diz o pesquisador Bart De Pontieu.

Em 2007, De Pontieu, McIntosh, e seus colegas identificaram uma nova classe de espículas que se moviam muito mais rápido - frequentemente a 100 Km por segundo - e viviam menos que as tradicionais.

O rápido desaparecimento desses jatos sugeriram que o plasma carregado poderia ser muito quente, mas a observação desse processo estava faltando.

Os pesquisadores usaram então a observação da sonda não tripulada Solar Dynamics Observatory (SDO), da Nasa.

- A alta resolução espacial e temporal dos novos instrumentos foi crucial para revelar, pela primeira vez, a conexão entre o plasma a milhões de graus e as espículas que inserem esse plasma na coroa - diz McIntosh.


Fonte: O Globo Online

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