Os extraterrestres podem dispor de um outro meio de se comunicar através do espaço além das ondas de rádio e feixes ópticos. Uma equipe de cientistas sugere que os ETs poderiam codificar neutrinos, por exemplo.
Essas partículas de matéria são parecidas com elétrons, mas como não têm carga elétrica, podem atravessar qualquer coisa. Por isso, seriam ideiais para viagens de longa distância, já que os neutrinos não são perturbados por gás, poeira e outros materiais que podem bloquear ondas de rádio e outros tipos de radiação eletromagnética.
Os astrônomos têm vasculhado a galáxia há décadas em busca de sinais de rádio produzidos por alienígenas (e mais recentemente, por pulsos de luz artificiais), sem sucesso.
"Não temos a menor ideia de com uma civilização avançada poderia se comunicar conosco, e nem por quê”, afirmou o físico John Learned, da Universidade do Havaí, ao Discovery Notícias.
"Tudo o que fazemos é ciência exploratória: não conhecemos o jogo, não sabemos se participamos dele e nem conhecemos suas regras... e por isso é tão divertido”, disse Learned, que escreveu uma série de artigos sobre o uso dos neutrinos na comunicação.
Um ET poderia, por exemplo, disparar um feixe de neutrinos a níveis de energia precisos (e que não ocorrem naturalmente), o que chamaria a atenção de um cientista.
"Se houver uma civilização com a nossa, que é capaz de construir grandes detectores de neutrinos, quando alguém visse uma assinatura única, pensaria: ‘O que está acontecendo? Essa não é uma assinatura natural'. Isso chamaria a atenção na primeira detecção. E na segunda, diria ‘hein? O que está acontecendo aqui?'".
Outra técnica possível de comunicação é usar os neutrinos para alterar a taxa de intermitência de um tipo de estrelas pulsantes, chamadas variáveis cefeidas, que são usadas para determinar as distâncias entre galáxias.
"Uma civilização avançada poderia dispor de um acelerador enorme, recolher energia da estrela, armazená-la e então dispará-la em direção à estrela, fazendo com que pulse um pouco antes (ou depois), dependendo do objetivo. Como resultado, a estrela piscaria em um intervalo variável. A coisa mais simples seria fazê-lo em dois períodos: o período de tempo natural, e um outro ponto no qual poderiam iniciar o disparo antecipadamente, segundo sua conveniência”, teoriza Learned.
A melhor parte deste tipo de busca por inteligência extraterrestre é que os dados talvez já estejam disponíveis.
Segundo Learned, "estamos observando estas estrelas há mais de cem anos, mas os astrônomos não perceberiam essas alterações com análises comuns. Talvez elas estejam nos dados. É uma forma barata de busca por vida extraterrestre”.
Mas não para os alienígenas, ressalta o astrônomo do Seth Shostak, do SETI, que caça ETs à moda antiga: com ondas de rádio.
"A maioria dos experimentos com neutrinos detecta uma partícula em um milhão. Se a ideia é chamar nossa atenção com apenas 10 neutrinos detectados – uma mensagem muito simples, que diria apenas “estamos tentando entrar em contato” – enviar este único sinal exigiria a mesma quantidade de energia queimada diariamente por todos os carros, trens, barcos e aviões da Terra", escreveu Shostak em um e-mail ao Discovery Notícias.
"Se os alienígenas, no ímpeto de encontrar novos amigos, estão enviando sinais a prováveis novos mundos a uma taxa de um (por) segundo, então sua conta de energia custaria 300 trilhões de dólares, se pagassem as mesmas tarifas que nós”, argumenta Shostak. "Mesmo para ETs abastados, seria caro demais”.
Fonte: Discovery Notícias
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