terça-feira, 26 de julho de 2011

Três Pedras é a lenda que emplaca em Botucatu


As Três Pedras é uma configuração de arenito vermelho que pode ser apreciada da rodovia Marechal Rondon, entre Botucatu e Bofete.

Resto de montanhas que foram varridas pela chuva, vento e sol, elas guardam mistério que muita gente procura desvendar, mas que até hoje ninguém conseguiu.

A lenda que envolve as pedras nasceu na cidade de Botucatu, município ao qual pertenceu até a emancipação de Bofete, frisa o presidente do Centro Cultural de Botucatu, João Carlos Figueiroa.

“Essa lenda é nascida aqui, forjada aqui. Acolhemos a tese do frei com simpatia. Foi um presente para a cidade.”

De geração em geração, a lenda é realimentada porque o jovem busca descobrir sinais que possam confirmar teses de que o local já foi palco de cultos satânicos, aparição de extraterrestes e que em uma das cavernas há muito ouro enterrado. “Há excursões ao local. Mexe com o imaginário da cidade. Se tornou um ponto turístico.”

A primeira tese, a dos cultos satânicos, foi elaborada por um frade franciscano chamado frei Fidélis, um italiano que passou um tempo no convento fransciscano de Botucatu, enfatiza Figueiroa.

"Ele elaborou um conjunto de conceitos sobre a ocupação territorial da nossa cidade e região e sobre a mitologia das três pedras."

Historiador e intelectual, o frei escreveu dois livros focados no assunto - Hércules e América Pré Histórica e Fomos e Somos a Atlântida.

Em ambos ele desenvolveu as teses dos cultos satânicos. “Seriam tribos de índios brasileiros que cultuavam Satã. Ele construiu um série de artigos que compõe uma mitologia”, diz Figueiroa.

A tese principal do religioso dizia que aquilo que Platão anunciava como sendo a Atlântida era a América que teria afundado no oceano por causa das placas tectônicas que afastaram a América, Europa e África, ao longo dos milênios. “Naquela época, ele já trabalhava com conceitos modernos.”

Para o frei, os habitantes da América são os habitantes de fato da antiga Atlântida. “Ele diz que uma antiga tribo, filhos de Caim teriam imigrado para essas terras e constituído a população da América.

A esse conceito foi acrescentado, posteriormente, que com a colonização jesuíta na região, os padres teriam escondido tesouros nas cavernas das três pedras. Esse tesouro seria ouro puro.”

Mais recentemente, as Três Pedras passou a ser vista como ponto de ‘aterrissagem’ de naves espaciais. Local apropriado para descida de extraterrestres.

“Por causa de pontos luminosos que surgem, segundo alguns ufólogos e se movem de uma pedra para outra, sempre à noite. Essa manifestação é tida como algo sobrenatural para aqueles que acreditam.”

Verdade ou não, Três Pedras atrai cada vez mais turistas, pesquisadores e curiosos para a região, que é formada por montanhas que desenham um gigante deitado. “Um dos morros é a cabeça, o outro a barriga e as Três Pedras são os pés.”


Saci Pererê


“Muitos dizem que o Saci é uma lenda. Outros apostam qualquer coisa que ele existe. Porém, entre tantas divergências, quando o assunto é descrição, todos o definem como um negrinho arteiro, que tem uma perna só, usa gorro vermelho, fuma cachimbo e ama fazer traquinagens.

Para falar a verdade, eu nunca vi um Saci. Mas me lembro muito bem de sua presença quando eu era criança.

Ele costumava aparecer todas as noites, sem falta, em um sítio onde eu morava com meus pais. Digo que jamais o vi porque meu pai nunca me deixou sair de casa depois que anoitecia.

Porém, algumas coisas me faziam ter a certeza de que aquele ser encantado esteve na fazenda fazendo arruaça durante a noite anterior.

Quando ele chegava, por exemplo, podia-se ouvir um forte assobio, quase que ensurdecedor. Minha mãe pedia que eu rezasse e que pensasse em coisas boas para que ele fosse embora logo.

Além disso, era muito comum ouvir algazarra dos animais e, principalmente, o galope dos cavalos.

Reza a lenda que os cavalos eram seus animais preferidos. No dia seguinte, os bichos estavam cansados de tanto correr sob o comando do Saci.

Outra de suas traquinagens mais frequentes era trançar a crina dos cavalos. Esta molecagem, particularmente, deixava meu pai muito zangado, já que a trança, além de ser feita de um lado só, era quase impossível de ser desfeita.

Se existe ou não, o que sei é que o Saci é inofensivo, só gosta mesmo é de brincar e confundir as pessoas.”


A professora Maria José da Paz Carvalho, 65 anos, se assustava com as traquinagens do Saci quando era criança.



Fonte:
JCNET

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