Um estudo da Universidade de Colorado em Boulder e do
Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, após analisar
grãos minerais do Grand Canyon, nos Estados Unidos, indica que o vale
foi moldado há cerca de 70 milhões de anos, quando os dinossauros ainda
existiam.
A equipe usou um método que explora a decadência radioativa de
átomos de urânio e tório a átomos de hélio em um mineral raro conhecido
como apatite, segundo Rebecca Flowers, do departamento de ciências
geológicas da universidade.
De acordo com Flowers, os átomos de hélio foram trancados nos grãos
minerais conforme esfriavam e se moviam próximos à superfície durante a
formação do Grand Canyon, que tem cerca de 450 km de comprimento.
As
variações de temperatura a níveis baixos na Terra são influenciadas pela
topografia (ciência que estuda acidentes geográficos), e o histórico
térmico gravado pelos grãos de apatite permitiu que a equipe deduzisse
quanto tempo havia se passado desde que houve uma escavação natural do
local. O estudo foi publicado na revista Science na última quinta-feira.
"Nossa pesquisa sugere que o Grand Canyon foi moldado a centenas de
metros de profundidade há cerca de 70 milhões de anos", afirmou Flowers.
Ela também afirmou que existem controvérsias entre cientistas sobre a
questão da idade da evolução do Grand Canyon. Uma variedade de dados
sugere que o local teve uma história complicada, e que pode não ter sido
moldado todo ao mesmo tempo.
"Um antigo Grand Canyon tem importantes implicações para o
entendimento da evolução de paisagens, topografia e hidrologia no oeste
dos Estados Unidos e zonas montanhosas em geral", disse Flowers.
"A principal característica permitida por essa técnica é a detecção
de variações na estrutura de temperatura em níveis mais rasos da crosta
terrestre", afirma.
"Desde que essas variações são induzidas em parte
pela topografia da região, nós obtemos dados que nos permitem construir
uma linha do tempo do Grand Canyon", conclui a pesquisadora.
Flowers e Kenneth Farley, professor do Instituto de Tecnologia da
Califórnia, levaram a técnica dos dados de urânio, tório e hélio a um
nível mais sofisticado analisando a distribuição espacial dos átomos de
hélio próximos à margem de cristais minerais.
"Conhecendo não apenas
quanto de hélio está presente nos grãos, mas também como ele é
distribuído, temos informações adicionais sobre o tempo de esfriamento
das rochas", explicou a professora.
Paleontologistas acreditam que dinossauros desapareceram quando um
asteroide gigante colidiu com a Terra há 65 milhões de anos, resultando
em grandes nuvens de poeira que impediam os raios de sol de alcançar a
superfície da Terra, esfriando o planeta e matando a maioria dos animais
e plantas.
Por causa do grande número de teorias, dados e debates sobre a idade
do Grand Canyon, geologistas redobraram seus esforços, disse Flowers.
"Houve um ressurgimento de trabalhos neste problema nos últimos anos por
que agora nós temos novas técnicas que permitem datar a idade das
pedras, o que não podíamos fazer antes."
Fonte: Terra
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