quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Desvendando o mistério do homem barbado




“Ele parece quase bizantino ou grego olhando com olhos de corça sobre o ombro esquerdo do espectador, sua boca formando um leve beicinho, como um amante ou talvez um fã das corridas testemunhando seu cocheiro favorito perder o controle de seus cavalos”, escreveu Heritage Daily em uma matéria sobre a nova pesquisa conduzida para desvendar o mistério do homem barbado.


O Homem Barbado é um retrato da múmia de um romano-egípcio, datada de 170-180 d.C., que foi encontrada junto ao sarcófago. No entanto, o retrato foi separado de sua múmia e tumba, impossibilitando sua identificação e perdendo suas origens nas páginas da história.


Retratos de múmias apareceram primeiramente no Egito, durante a era romana no primeiro século d.C., e permaneceram populares por dois séculos aproximadamente. 


Eram tipicamente pintados em um painel de madeira e colocados do lado de fora do caixão, próximo da posição onde a cabeça deveria estar. Enquanto os egípcios utilizam representações idealizadas dos mortos, o estilo romano se caracterizava por ser muito mais natural, e geralmente representava fielmente o falecido.


Os cientistas utilizaram técnicas para comparar a aparência real de muitas múmias com seus retratos. Estas técnicas indicaram que os retratos refletiam de fato a aparência da pessoa quando viva, com pouco de arte, claro. Em alguns casos, os arqueólogos acreditaram que identificaram uma família inteira comparando semelhanças físicas com os retratos.


Atualmente, foram encontrados 900 retratos de múmias. A maioria foi encontrada na necrópolis de Fayum. Tendo em vista o clima quente e seco egípcio, as pinturas foram muito bem conservadas, preservando em muito a vivacidade das pinturas no tempo.


Os avanços na nanotecnologia e no método científico utilizado, podem ser a chave para determinar a origem do Homem Barbado. Pesquisadores estão recuperando um pedaço microscópico de madeira pintada, com apenas 20 nanômetros de largura (um nanômetro é um bilionésimo de um metro), a fim de identificar o tipo de pigmento que foi usado. Espera-se que isso possa lhes permitir traçar a região de onde veio.


“Entender o pigmento, significa entender melhor a proveniência do indivíduo”, Darryl Butt, diretor associado do Centro para Estudos Avançados de Energia (CAES), afirmou ao Heritage Daily. “A origem do pigmento pode nos conectar a uma área especifica e talvez até a uma família”.


“Até agora, os pesquisadores estão limitados a amostras suficientes para analisar. Mas os novos métodos de nanotecnologia possibilitaram aos cientistas identificar pigmentos utilizando apenas fragmentos microscópicos.”


As análises iniciais revelaram que a pintura foi feita com um pigmento sintético que parece ter sido aquecido num cadinho de chumbo. 


 Anteriormente, acreditava-se que este processo havia sido desenvolvido em 1800, mas novos testes sugerem que este processo já era utilizado nos tempos antigos. A investigação sobre o pigmento e suas origens ainda está em curso, e pode finalmente revelar a origem do Homem Barbado.




Fonte: Epoch Times

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