Três representações de abacaxi, que é uma fruta americana, na era
Romana. A estátua é do terceiro século d.C. e está agora no Museu de
Arte e História em Genebra; no canto superior direito, um afresco na
“Casa dell’Efebo” em Pompéia; e no canto inferior direito, um mosaico da
era Augusta, agora no palácio “Massimo” do Museu Nacional de Roma
(Lucio Russo)
O ano de 1492 é uma das datas mais famosas da história, pois marca o
descobrimento da América pelos Europeus. No entanto, essa “nova terra”
pode já ter sido descoberta pelos antigos gregos, de acordo com um livro
escrito por um físico e filólogo italiano, Lucio Russo.
O título traduzido para o livro de Russo seria “América Perdida: a
relação entre as civilizações e um erro cometido por Ptolomeu”. Porém, o
autor disse ao Epoch Times que o título da versão em inglês, que ainda
não está pronto, provavelmente será “When the World Shrunk” (“Quando o
mundo encolheu”).
Algumas pistas
Entre os muitos indícios de contato entre os antigos europeus e os
americanos nativos, estão os antigos textos pré-colombianos que
sobreviveram à devastação espanhola.
Em um livro sobre a origem do povo Maia de Quiché, há muitos pontos
interessantes. De acordo com o texto, os pais desta civilização eram
“pessoas negras, pessoas brancas, pessoas de muitas faces, pessoas de
muitas línguas”, e eles vieram do leste, “E não está claro como eles
atravessaram o mar. Eles atravessaram como se não tivesse mar”, diz o
texto.
No entanto, mais tarde, pesquisadores decidiram traduzir a palavra
Maia, frequentemente usada para se referir ao “mar”, como “lago”.
Há também muitas representações e textos maias sobre homem com barba. No entanto, os nativos americanos não tinha barba.
Além disso, algumas obras de arte dos antigos romanos mostram um abacaxi, uma fruta que se originou na América do Sul.
Formas de pensar
Russo, que atualmente leciona probabilidade na Universidade Tor
Vergata, em Roma, diz que a principal razão que faz os pesquisadores
acharem que a América não era conhecida pelos antigos gregos, não é
devido à falta de provas, mas a um dogma científico.
Por anos, a teoria de que a civilização evolui de acordo com etapas
fixas tem sido dominante. Por exemplo, uma civilização descobre o fogo,
então inventa a roda, escrita e assim por diante, até chegar na
tecnologia moderna e democracia. Todas as civilizações devem passar por
estas fases, e elas podem ser classificadas de acordo com seu grau de
evolução.
No entanto, Russo apresenta um cenário diferente: invenções como
escrever e reproduzir não se desenvolveram independentemente em todas as
diferentes civilizações, mas foram filtradas de uma civilização para
outra.
Também não é verdade que a ciência tem se tornado cada vez melhor com
o tempo. Existem, de fato, muitos exemplos de decadência científica e
cultural, como a destruição de Cartago e a queda da civilização grega, a
partir da qual os romanos herdaram apenas parte de seu conhecimento
científico. É importante ressaltar que uma das habilidades que eles não
herdaram, era como navegar nos oceanos.
Você pode ter uma ideia disso considerando que “o tamanho dos navios
no período Helenístico foi superado apenas na época de Napoleão” e que
Colombo baseou sua viagem em uma recuperação parcial da matemática
Helenística, de acordo com o livro. Os gregos eram, entre outras coisas,
a única civilização da época que foi capaz de compreender que a Terra
era redonda, um entendimento que foi perdido depois.
Ainda hoje estamos em uma era de “crise científica”, disse Russo ao
Epoch Times. Porém, é uma crise diferente daquela do tempo Romano. A
decadência moderna se esconde, usando o avanço tecnológico como uma
máscara, e consiste na diminuição da disponibilidade de conhecimento,
que agora é propriedade de poucas pessoas.
O erro de Ptolomeu
Então, como é que as pessoas esqueceram a América, se é verdade que
ela já havia sido conhecida pelos antigos? O erro, de acordo com o
autor, deve-se principalmente a Ptolomeu, que desenvolveu um mapa do
mundo com a mistura de alegações feitas por varias fontes antigas.
O problema principal é a identificação das Ilhas Afortunadas, que os
gregos antigos, se referiam como Ilhas Canárias (Perto da costa oeste da
África). Porém, de acordo com Russo, eles estavam se referindo a
Antilhas. O mal entendido ocorreu porque os romanos e os descendentes
gregos não sabiam navegar nos oceanos.
Com raciocínio matemático e filológico, Russo leva o leitor a
entender o significado de todos os erros de Ptolomeu, que são geralmente
considerados muito grandes, mostrando como o conhecimento dos antigos
gregos sobre o planeta era muito preciso. Ptolomeu errou a latitude das
Ilhas Canárias por 15 graus de latitude, fazendo-as aparecer no mapa
onde seria as Antilhas. É claro que a América não estava em seu mapa.
Reações
De acordo com Russo, o livro provocou dois tipos de reações.
Cientistas e filólogos mostraram entusiasmo, enquanto que as reações
negativas vieram de historiadores e geógrafos, os quais ele diz que eram
muitas vezes incapazes de compreender alguns aspectos lógicos de suas
obras.
Russo pensa que nós temos “muito a aprender” dos antigos Gregos. Por
exemplo, deveríamos “tentar limitar a especialização excessiva”, porque
as coisas mais interessantes só podem ser entendidas por aqueles que
compreendem mais de um aspecto do conhecimento humano.
Fonte: Epoch Times
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