terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Hominídeos pelo mundo 2ª parte

Yeti: homens selvagens do Himalaia




Escritos de oficiais britânicos, que residiram na região do Himalaia do subcontinente indiano durante o século XIX, contêm referências esporádicas às visões e pegadas de homens selvagens chamados Yeti. 


Os Yeti foram mencionados pela primeira vez por B. H. Hodgson que, de 1820 a 1843, serviu como residente britânico na corte do Nepal. Conforme relato de Hodgson, durante uma viagem pelo norte do Nepal, seus carregadores ficaram amedrontados ao avistarem uma criatura humanóide, peluda e sem cauda. 


Muitos hão de sugerir, ao ouvirem um relato desse tipo (e centenas de tais relatos têm sido registrados desde a época de Hodgson), que os nativos do Nepal confundiram um animal comum com um Yeti. Os candidatos mais comuns para a confusão de identidade são os ursos e o macaco langur, ou macaco da Índia. 


Mas é difícil imaginar que residentes do Himalaia, intimamente familiarizados com a vida selvagem, tivessem cometido semelhantes erros. Segundo observou Myra Shackley, podem-se encontrar os Yeti em pinturas religiosas do Nepal e do Tibete que retratam hierarquias de seres vivos.


"Nessas pinturas", disse Shackley, "ursos, símios e langures são retratados distintamente do homem selvagem, sugerindo não haver confusão (pelo menos nas mentes dos artistas) entre essas formas". Durante o século XIX, pelo menos um europeu relatou ter visto pessoalmente um animal capturado que parecia um Yeti. 


Um homem sul-africano contou à antropóloga Myra Shackley: "Muitos anos atrás, na Índia, a mãe de minha falecida esposa contou-me que a mãe dela havia de fato visto o que poderia ter sido uma dessas criaturas em Mussorie, nos contrafortes do Himalaia. Aquele semihumano caminhava ereto, mas era obviamente mais animal do que humano, com pêlo cobrindo todo o seu corpo. Segundo constava, havia sido capturado nas neves [...] seus captores o mantinham algemado" .



Durante o século XX, europeus continuavam vendo homens selvagens e suas pegadas, e essas visões aumentaram durante as expedições que escalavam as montanhas do Himalaia. Em novembro de 1951, Eric Shipton, enquanto fazia reconhecimento das abordagens ao Monte Everest, encontrou pegadas no glaciar Menlung, perto da fronteira entre o Tibete e o Nepal, numa elevação de 5.400 metros. Shipton seguiu a trilha por 2 quilômetros.




Uma fotografia em dose de uma das impressões mostra-se convincente para muitas pessoas. As pegadas eram bem grandes. John R. Napier considerou e rejeitou a possibilidade de que o tamanho e a forma em particular da melhor pegada de Shipton pudessem ter sido causados pelo derretimento do gelo. Afinal, Napier sugeriu que a pegada de Shipton era o resultado de pés humanos sobrepostos, um calçado e o outro descalço. 


Em geral, Napier, que estava inteiramente convencido da existência do Sasquatch norteamericano, mantinha-se bastante cético em relação as provas da existência do Yeti. Porém, conforme veremos mais adiante, novas provas viriam a fazer com que Napier ficasse mais inclinado a aceitar os homens selvagens do Himalaia. 


Durante suas expedições às montanhas do Himalaia nos anos de 1950 e 1960, Sir Edmund Hillary deu atenção às provas em prol dos Yeti, incluindo as pegadas na neve. Segundo concluiu ele, em todos os casos, as pegadas grandes atribuídas ao Yeti haviam sido produzidas pela fusão de pegadas menores de animais conhecidos.


A isso Napier, ele próprio um cético, replicou: "Ninguém que tivesse alguma experiência confundiria uma pegada derretida com uma fresca. Nem todas as impressões vistas no decorrer dos anos por observadores respeitáveis podem ser descartadas com explicações desse tipo; deve haver outras explicações para as pegadas, incluindo, é claro, a possibilidade de que tenham sido feitas por um animal desconhecido para a ciência".


Afora os ocidentais, informantes nativos também deram uma relação contínua de relatos sobre o Yeti. Em 1958, por exemplo, aldeões tibetanos de Tharbaleh, perto do glaciar Rongbuk, depararam com um Yeti afogado, disse Myra Shackley em seu livro sobre homens selvagens. Os aldeões descreveram a criatura como sendo um homem pequeno com a cabeça pontuda e coberto com pêlo marrom-avermelhado.



Alguns mosteiros budistas alegam ter restos físicos do Yeti. Uma categoria de semelhantes relíquias são couros cabeludos dos Yeti, mas aqueles estudados pelos cientistas ocidentais são tidos como tendo sido feitos das peles de animais conhecidos. Em 1960, Sir Edmund Hillary organizou uma expedição para recolher e avaliar provas em prol do Yeti e enviou um couro cabeludo de Yeti do mosteiro de Khumjung para o Ocidente, para ser testado.






Os resultados indicaram que o couro cabeludo havia sido fabricado a partir da pele do nemorredo, uma espécie de antílope do Himalaia. Houve, porém, quem discordasse dessa análise. Como disse Shackley, eles "chamaram a atenção para o fato de que os pêlos do couro cabeludo parecem nitidamente simiescos, contendo ácaros parasíticos de uma espécie diferente da recolhida do nemorredo". 


Na década de 1950, exploradores patrocinados pelo executivo norteamericano Tom Slick obtiveram amostras da mão de um Yeti mumificado, conservada em Pangboche, Tibete. Embora os testes de laboratório não fossem conclusivos, Shackley disse que a mão "tem certas características curiosamente antropóides".


Em maio de 1957, o Kathmandu Commoner publicou uma história sobre uma cabeça de Yeti que havia sido conservada durante 25 anos na aldeia de Chilunka, cerca de 95 quilômetros a nordeste de Katmandu, Nepal. Em março de 1986, Anthony B. Wooldridge fazia uma corrida solitária pdo Himalaia, no extremo norte da Índia, em nome de uma pequena organização de desenvolvimento do terceiro mundo.

Prosseguindo ao longo de um desfiladeiro coberto pela neve, perto de Hemkund, ele reparou em pegadas frescas e tirou fotos delas, incluindo um close de uma impressão solitária semeIhante à fotografada por Eric Shipton em 1951.


A seguir, Wooldridge chegou ao local de uma avalanche recente e viu um sulco raso, aparentemente causado por um objeto grande que teria deslizado pela neve. No fim do sulco ele viu mais pegadas, que levavam a um arbusto distante, atrás do qual encontrava-se "uma grande forma ereta com talvez 2 metros de altura". Wooldridge, dando-se conta de que poderia ser um Yeti, aproximouse até cerca de 150 metros e tirou fotos. 


"Estava em pé com as pernas separadas", afirmou ele, "aparentemente olhando para o desfiladeiro, com seu ombro direito voltado para mim. A cabeça era grande e atarracada, e o corpo inteiro parecia estar coberto com pêlo escuro". Na opinião de Wooldridge, a criatura não era de forma alguma um macaco, um urso ou um ser humano comum. Wooldridge observou a criatura durante 45 minutos, mas teve de partir quando o tempo piorou. 


No caminho de volta à sua base, ele tirou mais fotos das pegadas, porém, àquela altura, elas já tinham ficado distorcidas pelo derretimento. Ao regressar à Inglaterra, Wooldridge mostrou suas provas fotográficas a cientistas interessados na questão do homem selvagem, incluindo John Napier. A uma distância de 150 metros, a criatura parecia bem pequena no filme de 35 mm, mas as ampliações mostraram realmente algo de humanóide. 


Descrevendo as reações daqueles que viram suas fotos, Wooldridge afirmou: "John Napier, um primatólogo e autor do livro Bigfoot 'The Yeti and Sasquatch in myth and reality, de 1973, reverteu a posição cética que expressara em outra ocasião, e agora se diz um devoto do Yeti. Myra ShackIey, arqueóloga e autora do livro Wildmen: Yeti, Sasquatch and the Neanderthal enigma, de 1983, viu toda a seqüência de fotos e acredita que a experiência coincide bastante com outros relatos de visões de Yeti. Lorde Hunt, líder da exitosa Expedição ao Monte Everest de 1953, que viu pegadas de Yeti em duas ocasiões, está igualmente convencido'".


Homens selvagens da Malásia e da Indonésia


Em 1969, John McKinnon, que viajou a Bornéu para observar orangotangos, deparou com algumas pegadas humanóides. McKinnon perguntou a seu barqueiro malaio o que as fazia. "Sem hesitar um instante, ele replicou 'Batutut'" , escreveu McKinnon.


Em outra ocasião, na Malásia, McKinnon viu alguns moldes de pegadas ainda maiores que aquelas que vira em Bornéu, mas ele as reconheceu como tendo sido feitas pelo mesmo tipo de criatura. Os malaios a chamavam de Orangpendek (ser pequeno). Segundo Ivan Sanderson, essas pegadas diferem das dos símios antropóides que habitam as florestas indonésias (o gibão, o siamang e o orangotango).



Também são distintas das pegadas do urso-sol. No início do século XX, L. C. Westenek, governador de Sumatra, recebeu um relatório escrito sobre um encontro com um tipo de homem selvagem chamado Sedapa.


O supervisor de uma quinta nas Montanhas Barisan, bem como alguns trabalhadores, observou o Sedapa de uma distância de 15 metros. Segundo disse o supervisor, ele viu "uma criatura grande, em posição ereta, que corria como um homem, e que estava prestes a atravessar meu caminho; era muito peluda e não era um orangotango" . Em um artigo de jornal sobre homens selvagens publicado em 1918, Westenek registrou o relato de um certo sr. Oostingh, que vivia em Sumatra.

Certa feita, enquanto atravessava a floresta, deparou ele com um homem sentado sobre um tronco e olhando na direção oposta à dele. Oostingh afirmou: "De repente, dei-me conta de que seu pescoço era estranhamente coriáceo e muito nojento. 'Aquele sujeito tem um pescoço muito sujo e enrugado!', disse eu para mim mesmo [...] Depois, vi que não era um homem".

"Não era um orangotango", declarou Oostingh. "Eu já vira um desses macacos grandes, pouco tempo antes." Que era, então, a criatura se não se tratava de um orangotango? Oostingh não podia dizer ao certo. Como já vimos, há quem sugira que os homens selvagens são os representantes sobreviventes dos Homens de Neandertal ou do Homo erectus.





Se há incerteza quanto a que tipos de hominídeos poderiam existir hoje, como podemos estar tão certos a respeito dos tipos de hominídeos que teriam ou não existido no passado distante? Talvez a investigação empírica do registro fóssil não seja um guia seguro. Como Bernard Heuvelmans afirmou numa carta (15 de abril de 1986) a nosso pesquisador Stephen Bernath: "Não superestime a importância do registro fóssil. A fossilização é um fenômeno raríssimo e excepcional, e o registro fóssil não pode, portanto, darnos uma imagem exata da vida na Terra durante os períodos geológicos passados. 


O registro fóssil de primatas é particularmente insatisfatório porque animais muito inteligentes e cautelosos podem evitar com mais facilidade as próprias condições de fossilização - enterrando em lama ou turfa, por exemplo".

Sem dúvida, o método empírico tem suas limitações, e o registro fóssil é incompleto e imperfeito. Porém, depois de todas as provas, incluindo as dos próprios humanos antigos e dos antropopitecos vivos, serem objetivamente avaliadas, o padrão que se obtém é o da coexistência contínua, e não o da evolução seqüencial.


África


Informantes nativos de diversos países da parte ocidental do continente africano, tais como a Costa do Marfim, têm feito relatos de uma raça de criaturas parecidas com pigmeus e cobertas com pêlo avermelhado. Há também casos de europeus que tiveram encontros com elas.

Da África oriental também temos relatos sobre homens selvagens, O capitão WiIliam Hitchens registrou em 1937: "Alguns anos atrás, fui enviado numa caçada oficial a leões nessa área (as florestas Ussure e Simibit na parte ocidental das planícies de Wembare) e, enquanto esperava por um animal carnívoro numa clareira da floresta, avistei duas pequenas criaturas marrons e peludas saírem da floresta fechada de um lado da clareira e desaparecerem nos matagais do outro lado. Eram como homenzinhos, com cerca de 1,2 metro de altura, andando eretos, mas cobertos de pêlo castanho avermelhado.

O caçador nativo que me fazia companhia olhou para a cena num misto de pavor e espanto. Eles eram, disse, Agogwe, os homenzinhos peludos que só se vê uma vez na vida". Acaso eram apenas símios ou macacos? Não parece que Hitchens ou o caçador nativo que o acompanhava não teriam sido capazes de reconhecer um símio ou um macaco. Muitos relatos sobre o Agogwe provêm da Tanzânia e de Moçambique.




Da região do Congo, temos relatos sobre o Kakundakari e o Kilomba. Com cerca de 1,8 metro de altura e cobertos de pêlo, dizem que eles caminham eretos como os humanos. Charles Cordier, colecionador profissional de animais que trabalhou para muitos jardins zoológicos e museus, seguiu pegadas do Kakundakari no Zaire no fim da década de 1950 e no começo da de 1960.


Certa vez, disse Cordier, um Kakundakari ficara preso em uma de suas armadilhas para aves, "Ele caiu de cara no solo", disse Cordier, "virou-se, sentou-se, tirou o laço de seus pés e foi embora antes que o africano ali perto pudesse fazer algo".

Também existem relatos sobre tais criaturas procedentes do sul da África. Pascal Tassy, do Laboratório de Paleontologia Vertebrada e Humana, escreveu em 1983: "Philip V. Tobias, hoje membro do Conselho de Diretores da Sociedade Internacional de Criptozoologia, contou certa vez a Heuvelmans que um de seus colegas colocara armadilhas para capturar australopitecinos vivos".




Tobias, oriundo da África do Sul, é uma reconhecida autoridade em Australopithecus. Segundo os pontos de vista convencionais, os últimos australopitecinos pereceram há aproximadamente 750 mil anos, e o Homo erectus extinguiu-se por volta de duzentos mil anos atrás.


Os Homens de Neandertal, diz-se, desapareceram cerca de 35 mil anos atrás e, desde então, apenas humanos inteiramente modernos têm existido no mundo inteiro. Todavia, muitas visões de diferentes tipos de homens selvagens em diversas partes do mundo desafiam fortemente o ponto de vista convencional.






Fonte: A História Secreta da Raça Humana

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...